Se não comunica visualmente não é design gráfico

 


Design gráfico é um campo e uma actividade com especificidade, porém, nota-se uma certa negligência da sua essência – que é o de resolver problemas relacionados com a comunicação visual objectiva, isto, por parte dos praticantes assim como por aqueles que se beneficiam ou deviam se beneficiar das soluções trazidas pelo designer.  

Numa interacção entre duas pessoas não é a razão subjectiva que se busca, se não cada indivíduo teria consigo mesmo um monólogo. Portanto, quando se trata de um diálogo há uma necessidade das partes se fazerem entender simultaneamente. O acto de diálogo pressupõe que os envolvidos nesse processo façam o uso de códigos por ambos conhecidos para comporem a mensagem que pretendem transmitir de modo que consigam, mais uma vez, juntos descodificar a mensagem de forma eficiente que resulta no que conhecemos por comunicação. 

Com isso dito, não é diferente com o que acontece no campo do design gráfico. Comunicação visual só se torna efectivo quando a mensagem for composta e configurada de forma lógica e objectiva para transmitir uma determinada mensagem. Entretanto, o profissional precisa de compreender, antes de mais, o que se pretender transmitir aos que a mensagem se deve direccionar; neste processo podemos assumir que o designer gráfico, este que é o profissional que exerce a actividade de design gráfico, serve como o intermediário entre o emissor e a o receptor. 

Aqui assumimos o emissor como a pessoa ou a entidade que tem a necessidade de comunicar algo a uma colectividade que podemos chamar de público-alvo. A primeira interacção que o designer faz é o de buscar compreender aquilo que o emissor pretende transmitir. Quando o emissor quer transmitir algo para alguém ou para uma colectividade, neste caso, assumimos que há uma necessidade que o impele a isso; e é essa necessidade a que chamamos de problema. O problema que aqui referimos é um conjunto de informações que vão posteriormente orientar o profissional a compor a mensagem que contém códigos visuais comuns entre o emissor e o receptor, para desta forma conseguir estabelecer uma comunicação visual efectiva. 

É importante que se derrube a ideia de que qualquer um pode opinar sobre o que serve ou não em comunicação visual, principalmente quando não se conhece o vocabulário visual. Há que se compreender que há um método por detrás do resultado final que tem como objectivo ser inteligível ao público-alvo, que talvez possa afirmar que o design é simples pelo resultado magnífico que foi uma consequência de um processo penoso de sair do caos para ordem, da complexidade para a simplicidade.