Novos desafios para Designers gráficos



“Não importa o tamanho das armas na guerra, e sim o resultado delas”

Seja bem-vindo ao meu blog. Primeiro, agradecer a todos que têm acompanhado e reagido as publicações que partilho aqui no blog e na página do facebook. 

Na semana passada quase não publiquei nada em todas as plataformas, isso devido aos projectos que estou desenvolvendo para empresas que confiaram em mim para cuidar da sua identidade visual. Espero partilhar os trabalhos assim que obter a permissão para partilhar o processo completo, e quem sabe? O manual de construção de algumas marcas.

Desta vez trago uma reflexão sobre os desafios que nós designers e empresários estamos sujeitos a enfrentar nesta era da revolução industrial. Para melhor compreensão, peço que leia como se estivesse ouvindo uma voz tranquila e suave. Vamos a isso!

Design gráfico assim como qualquer outra profissão é influenciado pela dinâmica da tecnologia, economia, política, ciência e outros factores. Esses factores influenciam bastante na maneira que os profissionais actuam. Deste modo, com as novas descobertas em diversas disciplinas que possuem informações relevante para várias áreas em que se possam aplicar, os profissionais vê-se defronte a novos desafios, e para ultrapassar é necessário adoptar uma postura eclética o suficiente para distinguir o essencial entre tantas informações existentes e acessíveis.

No campo do Design Gráfico, as dificuldades são numeras. Principalmente em países em via de desenvolvimento como é o caso do meu país, Moçambique. 

Na minha opinião, há algo de incrível em fazer parte do país do terceiro mundo. As dificuldades servem como catalisador no acto da aquisição e assimilação de novos conhecimentos. Ora bem, com a narrativa da globalização o acto da aculturação tornou-se mais acessível e prejudicial, tanto quanto benéfico.

É comum os designers submeterem-se as influências exteriores e mesmo assim não sentirem a necessidade de influenciar. O que na minha perspectiva isso pode significar um erro. Há tanta coisa boa em todo pedaço do mundo que precisa ser promulgado com o objectivo de contribuir na formação de indivíduos mais sensíveis, e claro, mover massa.  

Há várias formas de contribuir na difusão de informações na área do Design Gráfico, como é o caso do uso de elementos universalmente conhecidos de forma criativa e contextualizada ao publico a que se direcciona sem procurar ser original, pois a originalidade é inerente a toda individualidade.
Essa nova crise mundial veio intensificar a realidade que era antes vivida nos países já desenvolvido e que de alguma forma foi vista como uma utopia em Moçambique. 

As pequenas, médias e grandes empresas estão todas de alguma forma reconhecendo o poder da internet como meio para alcançar o sucesso nos seus negócios. Não basta estar na internet, é preciso estabelecer uma comunicação efectiva entre a própria empresa e os consumidores dos produtos e/ou serviços. É nesse momento em que o designer gráfico ganha o papel importante nesta era da revolução tecnológica na qual nos encontramos, servindo como profissional responsável por transmitir os valores das empresas para os consumidores, ou seja, o designer serve como mediador entre a empresa e os clientes.

E o mercado exige mais do que saber mexer os softwares nesta era onde o fluxo de informação é constante e o poder distintivo tornou-se essencial para toda empresa que precisa se destacar.
A necessidade do Designer Gráfico dominar as ciências humanas nunca antes foi tão necessária quanto nos dias actuais. Não basta só fazer, é necessário saber pensar o que fazer, porquê fazer, para quem fazer, quais serão os impactos negativos e positivos daquilo que se vai fazer e como fazer tendo em conta o funcionamento do comportamento do público que se pretende atingir.

O Designer gráfico do século passado possuía a tarefa de projectar anúncios que tinham como canal apenas espaços e suportes físicos, desde as marcas, o uso da tipografia, pictograma e etc. Tendo depois passado para TV’s, e hoje telemóveis. Se repararmos a tendência é sempre reduzir os elementos ao mesmo tempo que é acrescida a capacidade funcional dos dispositivos, isso graças a capacidade do homem poder raciocinar. 

Um exemplo prático da evolução que impactou área do Design gráfico é a invenção do iPode, onde as cacetes, CD/DVD e etc, que eram produtos físicos perderam o valor que outrora possuíam para iPode, um dispositivo de tamanho reduzido, funcional e com maior capacidade de armazenamento e consequentemente as vendas das músicas passaram de lojas físicas para lojas online. Ainda neste contexto, o designer gráfico é colocado diante do desafio de projectar capas de músicas, filmes, livros, canais da youtube e programas televisivos, que sejam legível em ecrãs maior assim como menores, como é o caso dos dispositivos móveis. 

No caso das grandes empresas que já possuem a sua identidade visual são colocadas contra parede, principalmente as que resistem a rever os seus sistemas de identidade visual de modo a adaptar-se a nova realidade. A questão que pode se colocar é a seguinte: poderão as empresas obter sucesso sem actualizar sua identidade visual? Claro que sim, pois o Designer gráfico é responsável por agrega valor aos produtos e serviços dos empresários. A qualidade dos serviços e produtos é que determinam o sucesso de toda empresa.

Como dizia Paul Rand, são poucos os empresários que percebem a necessidade da intervenção de um bom designer nos seus negócios, e os que percebem sabem muito bem o valor que o designer gráfico pode agregar aos seus produtos ou serviços.

Um dos maiores desafios colocados aos designers actuais é de solucionar os problemas dos homens e mulheres de negócio tendo em conta o canal que será usado para estabelecer a comunicação entre o público e a empresa.

Para finalizar este ensaio, aconselho a todos os designers que queiram viver desta profissão a assumirem uma postura séria, eclética e manter-se em constantes pesquisas em torno das informações ligadas a ciências humanas.

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Imagem: Anna Parine