O
medo pode ser descrito como um instrumento que mantém os homens longe do
perigo, ou seja, faz com que os homens permaneçam na zona de conforto, no
conhecido, onde é mais “seguro” e a temer o desconhecido, evitando, deste modo,
a não submissão aos erros – que na verdade são aprendizagens.
O
medo foi também a arma usada na idade média para controlar os homens. Os que
tiveram a audácia de romper com os dogmas impostos na época eram sancionados,
não obstante a existência de homens dispostos a dar sua vida pela mudança ou
inovação. Podemos destacar, por exemplo, a teoria heliocêntrica, teoria essa
desenvolvida pelo Nicolau Copérnico e, mais tarde, aperfeiçoada e comprovada
por Galileu, Newton e Keppler, cujo fundamento está assente na ideia de que o
sol é fixo e que a terra é que gira em torno dele.
No
que diz respeito a inovação ou mudança no campo de design gráfico, será que
teríamos a audácia de dizer o mesmo? E que estamos aptos a sacrificar a nossa
zona de conforto para descobrir o novo? Pelo que tenho visto e vivido no
dia-a-dia, NÃO.
Design
gráfico como várias outras áreas sociais estão, hoje, democratizadas – todo
mundo tem algo a dizer, embora pouco se entenda sobre.
É
bastante comum – pela experiências que venho tendo trabalhando de forma
individual (freelancer) e também como designer gráfico na agência de
publicidade, que na verdade a minha verdadeira função nas agências chega a confundir-se
com a de micreiro (um simples operador de computador) – os designers sentirem a
pressão por parte do director de marketing ou mesmo de clientes mais
conservadores e não explorarem o seu potencial máximo por receio de que a outra
pessoa não goste do resultado.
A dificuldade em inovar
A
certeza que tenho hoje, fruto de muitos achismos em relação a inovação é de que
o que é novo e bom raramente será bem aceite logo a primeira, isto porque,
talvez já estamos todos tão casados com a expressão “o que é bom dura pouco”. Embora
exista um pouco de verdade nessa expressão, talvez o motivo de durar pouco
esteja oculto nessa frase.
Ora
vejamos, o bom é um conceito que pode
ser interpretado de diferentes formas em vários contextos. Mas aqui, me refiro
ao bom como sendo algo digno de apreciação, algo imperativo que é por si só,
como é uma pessoa, uma individualidade.
O
motivo pelo qual o bom dura pouco tempo é o facto de não existir uma estratégia
por detrás do novo. Algo de bom por mais que as pessoas não gostem, se funcionar
eles irão aceitar. O desafio está em manter a consistência após a aceitação,
neste caso, manter-se activo e eclético. Inovação é um processo contínuo, a
busca incessante de melhorias; importa salientar que a busca incessante de
melhorias não significa nem de longe inventar problemas só para poder vender
uma falsa solução e poder ser visto como inovador sem, de fato, o ser.
Como começar a inovar
Sinceramente,
não me considero um inovador e sim um corajoso que tem vontade de inovar. Portanto
as dicas de inovação que tento aqui expor é, na verdade, algo que tento sempre
ter em conta no processo do meu trabalho e que só, talvez, daqui a 10 anos se
as ideias ainda permanecerem com o mesmo DNA poderei me considerar um inovador :
D (risos).
Na
minha opinião a primeira forma de começar a inovar é estar actualizado, porquê?
Porque quando se está actualizado significa que temos noção, pelo menos, no
nosso campo de actuação, do que já foi feito e o que está a ser feito. E,
sabendo disso podemos saber no mínimo as necessidades das pessoas, as técnicas
de execução e com isso facilmente ganhamos uma certa coragem de iniciar algo. É
isso, para mim a inovação é o processo de construção de algo que agregue valor a
alguém a curto e a longo prazo sem perder seu DNA.
Para
terminar, gostava de poder ler a sua opinião nos comentários e alguns pontos
que considerarias crucial para se começar a inovar e se manter sempre “dentro”
do tempo sem seguir tendências.