Porquê que todo mundo tem opinião sobre design gráfico?

Todo mundo tem uma ideia sobre o que é Design, tanto que é que se sente com poder necessário para criticar qualquer design – como resultado final.

Design é comunicação

Design é sobre criar novas possibilidades, novas realidades, vender e, para além disso, educar. Embora vinculado com funções práticas, estéticas, psicológicas, design é também intuitivo.

Design é comunicação. Design é o princípio e o fim.

Sendo um designer – profissional que actua na área de Design – o agente que através das suas habilidades e o método de projectar que um verdadeiro designer precisa ter, muitas vezes, encontra dificuldades ao exercer seu trabalho porque, por exemplo, um cliente que precisa de identidade visual vai impor suas ideias sobre as do profissional qualificado com o pretexto de saber o que quer. Em outras palavras, a pessoa que contrata um designer gráfico pode ter uma noção supérflua sobre o que é design e acreditar estar apto para conduzir a mente de um designer gráfico mesmo sem o conhecimento do processo necessário para se obter o resultado. Há casos em que os clientes contribuem significativamente para o sucesso de determinados projecto.

Bruno Munari diz “Muitos designers pensam que os problemas foram suficientemente definidos pelos seus clientes, e isso é largamente insuficiente”. Geralmente quando um cliente procura por um designer gráfico já vai com um conceito preconcebido, pois acredita saber o que é necessário para se efectivar a comunicação visual entre ele e os seus clientes, o que não corresponde necessariamente a verdade.

O designer é confundido com artista. Acredita-se que o resultado é obtido da noite para o dia. Nem o segundo obtém ideias relâmpagos, pois ambos possuem um método para obtenção de soluções efectivas.

Entretanto, é verdade que o cliente e os espectadores percebem quando algo está bom ou algo está mau e, isso não dá a eles o direito de ditar durante o processo o que funciona ou não baseados nas ideias preconcebidas e desprovidas de fundamentos. Vejamos, um verdadeiro designer possui conhecimento de história de design, história de arte, estudo das ciências sociais, fundamentos de design – balaço, simetria, assimetria, ponto, linha, escala, hierarquia – cor, tipografia, teoria de formas e etc. Ao passo que o cliente possui conhecimentos inerentes a sua área e, talvez, são os mesmos que usa para julgar a estética, a forma, a cor baseado nas preferências pessoais de um trabalho alheio.

São vários factores que permitem com que muita gente acredite que o processo de concepção de um design é fácil e, entre vários os factores e é possível identificar alguns mais comuns que são:

  •  O mal posicionamento por parte dos designers no mercado;
  •  A má percepção da própria área e a especificidade do design por parte dos designers e dos clientes;

Possíveis soluções

Dentro de qualquer área de trabalho é crucial que haja ética profissional. Sempre que se refere a área de Design gráfico frisa-se sempre a importância da criatividade e pouco sobre ética. Entretanto, há que se estabelecer uma relação de respeito entre o contratado e o/a contratante. 

Nesse âmbito é necessário que se perceba que a linguagem visual é diferente da linguagem verbal. A primeira é de carácter universal, a segunda é mais restrita e só um determinado grupo pode compreender a mensagem, geralmente. 

Portanto, o designer precisa proceder através do método projectual, que inclui desde o briefing, definição do problema até a fase de experimentação.