Neste artigo não proponho ideias que devam ser
consideradas como o único meio de se pensar ou imaginar soluções, mas um meio
de auxílio aos designers no uso da ferramenta que pode influenciar e comunicar
visualmente com os espectadores.
Quando falamos de comunicação visual ou linguagem visual,
é necessário compreendermos que o factor criatividade não é o objectivo final
como se tem preconizado; isto é, há vários elementos que são cruciais e que
devem ser conhecidos, primeiro, para que haja uma comunicação – considerando
que a comunicação é o acto de enviar códigos que ao serem recebidos e descodificados
permitem a compressão da mensagem –, o que nos leva ao segundo ponto, que são
os factores que sem eles o discurso visual não se realiza, não se forma, não se
significa: texto, imagem, ponto, linha, textura, cor, volume, superfície, e
outros elementos que compõem o rico vocabulário visual.
Design gráfico é um campo que tem como objectivo
principal convencer uma ideia visualmente, considerando o espectador na
primeira instância. O profissional no acto da composição da própria mensagem, visualmente,
considera os símbolos e/ou códigos cuja sua leitura é acessível aos espectadores.
Entretanto, como designer gráfico é importante compreender
a função e a implicação do seu ofício na realidade. Um designer gráfico profissional
esforça-se ao máximo para evitar ideias preconcebidas, pois uma das constantes
dos problemas que são sempre propostos ao designer é a sua natureza peculiar,
ou seja os problemas nunca nascem do mesmo propósito. Neste processo ele não
deve ter o objectivo primário conceber algo “criativo”, isto porque a
criatividade é uma etapa de um processo penoso, ou seja, a criatividade é o
processo subsequente a tudo que o antecede.
“Criatividade é o processo subsequente a tudo que o antecede”
De modo mais sucinto, podemos entender design gráfico como
sendo a relação que se faz entre o conteúdo e a forma visando a comunicação
operacional. A relação entre estes dois factores não permitem com que um seja
considerado mais relevante que o outro. Eles coexistem entre si.
A medida que essas teorias são cultivadas na mente de um
designer, a sua evolução metodológica torna-se evidente juntamente com o seu
trabalho. Pois pelos aspectos considerados acima, evita-se o uso da inspiração
desprovida de pesquisas e exercícios mentais na busca da melhor solução.
Enquanto a inspiração é muitas associada a subjectividade, o designer gráfico é
um profissional responsável por conceber um trabalho que seja compreensível
para um determinado público, em outras palavras, o design deve ser objectivo.
Contudo urge aos designers o entendimento de que nada num
plano é por acaso (exceptuando os resultados aleatórios consequentes de
pesquisas com base no que é pretendido), todos os elementos tem de ter uma
razão para sua colocação ou a sua escolha. Pois só assim poderá se estabelecer uma
narrativa visual capaz de gerar resultados que convençam uma ideia de forma
eficaz e com muito pouco esforço. Somente desta forma pode se obter resultados
funcionais em termos teóricos, técnicos e estéticos.