A ilusão do design gráfico



A concepção, ou a noção que se possa ter sobre design pode, de alguma forma, ser subjectiva. Porém, nessa subjectividade é possível perceber o vínculo dos termos ou semânticas que fazem parte de um sistema maior do verdadeiro sentido da palavra Design. Entretanto há uma certeza que tenho, de que o design não é LUXO.
Como diz Munari: o luxo é tudo aquilo que quer impressionar aquele que permaneceu pobre.

 

"o luxo é tudo aquilo que quer impressionar aquele que permaneceu pobre."

Quando é referido o termo luxo, contextualizado ao design gráfico, geralmente deve se pensar nos elementos que na sua ausência a peça não perde o sentido da sua abordagem, pelo contrário, a mensagem se torna mais eficiente. 
De forma concreta, Munari exemplifica numa abordagem interessante, como é o caso em que se encontra uma torneira de ouro cuja água é suja, onde a eliminação desse luxo seria usar materiais convencionais e instalar um filtro de modo a se obter água limpa. 
Portanto, o design gráfico é uma actividade que não pode, na minha opinião, ser associada a forma em detrimento do conteúdo. Estes devem coexistirem para que se possa obter uma solução que responda ou satisfaça a um problema.
Mesmo sem se pronunciar, as evidências na prática do design gráfico, actualmente, indicam a ausência da racionalidade objectiva na produção de qualquer peça gráfica cujo destino final é comunicar algo, informar algo, entreter ou mesmo persuadir um determinado grupo. 
A dinâmica actual, que pode ser observada na indústria criativa tende cada vez mais para o “fast food” – o processo de aceleração na concepção/produção de peças gráficas para se alcançar o resultado final sem muito esforço de modo a satisfazer a demanda.  
As justificativas defensivas sobre a dinâmica da indústria criativa que se possam ter, podem ser compreendidas como resistência a adaptação do profissional a época actual, onde terá mais vantagem aquele cuja preocupação está em traduzir visualmente uma mensagem desejada, diferentes dos que veem o design como meio de ludibriar o espectador através de montagens ilusórias que pouco se pode absorver na mensagem.