Tratando o design como um campo que se destina a obtenção de soluções práticas para as necessidades diárias numa determinada sociedade, é imprescindível, por meio da força motriz, que o designer gráfico faça o uso da metodologia de projecto para alcançar um resultado “inovador”, quando pouco, o resultado “necessário”. É crucial que se tenha em mente que um designer gráfico ao buscar por soluções de um problema, na primeira etapa se empenhe a conhecer e compreender o problema para depois propor soluções apropriadas.
A discussão sobre a objectividade, tal como a subjectividade do design são inesgotáveis tanto quanto cansativas neste domínio, embora necessárias. Por essas vias, um designer gráfico é o profissional a quem é, geralmente, dado a confiança para conceber peças gráficas e configurar mensagens visuais – através do seu conhecimento e habilidades no rearranjo da gestalt, e quando o trabalho é muito bem feito pode ter vários impactos positivos na sociedade na qual o produto se destina, porque tudo que impacta transforma.
Em alguns casos, quando nos é questionado sobre a origem das soluções, muitas vezes chamadas de “ideias”, algumas que impactam, poucos designers gráficos são capazes de responder ou demonstrar o processo que originou a solução, como se o individuo criativo fosse um tipo de génio, e eu pergunto: o que seria de um génio sem referências? Considerando que, como designers gráficos, criamos algo para indivíduos com carga ou bagagem cultural.
"o que seria de um génio sem referências?"
Casos como estes (do génio sem referências), podem até um certo ponto desencadear nas pessoas a noção de que um designer gráfico é um artista romântico cujas ideias pertencem a heurística. Ideias provenientes do “aham”, ou Eureka não acontecem sempre e o trabalho de um designer gráfico é constante. Portanto, devia existir uma forma sistemática para obtenção de ideias “inovadoras”, mas para tal é necessário que o designer gráfico esteja munido de um repertório bastante rico e selectivo – resultado das informações armazenas na memoria. Apesar de possuirmos diversos estímulos através dos órgãos dos sentidos a cada minuto, que consequentemente a nossa memoria armazena bastante informação é crucial saber articular a informação por meio de associação para que a ideia genial se manifeste.
Neste caso, o designer gráfico só é confiado pela sociedade não por ser algum tipo de génio, e sim um detentor de um processo que o ajuda a estabelecer ou a configurar uma mensagem de comunicação visual passível da compreensão por um determinado grupo, o que pressupõe o conhecimento mínimo de símbolos ou signos em comuns ou convencionais entre o designer e o espectador.
Como defendem diversos autores, como Munari e Baxter “A área de metodologia de projectos afirma que a criatividade é encontrada por meio da reorganização de informações.
"Criatividade é encontrada por meio da reorganização de informações."
