Design gráfico não é estilo


 

Um designer gáfico que prioriza a forma em detrimento do seu conteúdo, no máximo, pode ser considerado um amador, ou um designer romântico que acredita que o design gráfico esta centrado em si que no público ao qual a peça final se destina. 

O cliente que precisa de trabalho de um designer gráfico procura-o por razões de articulação de elementos comunicacionais para a eficiente na absorção da mensagem por ele estabelecida para o público-alvo. Da mesma forma que um jovem procura um arquiteto para conceber a planta da sua futura casa e, que a mesma seja projectada de forma diligente com vista a garantir segurança, isto é, atendendo as suas necessidades. 

Um designer gráfico profissional não pode articular elementos visuais sem considerar o público-alvo – este processo vai da noção do repertório de quem deve receber as peças, á aspectos psicológicos e da interpretação ou leitura das partes percebidas quando agrupadas e percebida como um todo.

Geralmente, no campo de design gráfico, é confundido o estilo com o acto de segmentação: a preocupação de um designer no processo de resolução de problemas está no segundo aspecto referenciado. Da mesma forma que um cartaz de arte deve ser relevante ao evento e ao repertório do público que frequenta este tipo de evento, é da mesma forma que há diferença quando este mesmo cartaz é comparado com uma peça projectada exclusivamente para um evento de crianças, por exemplo, – considerando que a peça terá como destinatário, maior parte das vezes, os encarregados de educação que não entendem nem apreciam as artes, que consequentemente vão apresentar este mesmo cartaz como forma de convencer os seus filho, se for o caso, de que este é um evento que pode os interessar, vendo-se eles, a abrirem campos de possibilidades para os seus filhos. 

Nós designer gráficos somos procurados baseado em trabalhos já realizados. Quando os clientes chegam até os designers, na maior parte, esperam que a solução a se obter se pareça com o do cliente “X”. Não obstante, durante a interacção entre ambos, existir uma referência envolvida; como designers temos a responsabilidade de informar que o resultado adequado não deve ser viciado, ou seja, não se deve transmitir possíveis soluções sem se entender a necessidade como tal. Isto seria, buscar compreender a natureza do problema em causa para que, minuciosamente, se busque soluções adequadas exclusivamente para o projecto em causa.

Este processo, ou a diligência no acto da busca de melhor forma de articular a mensagem a ser transmitida, possibilita a obtenção de várias soluções que funcionam, onde, através delas o designer terá o desafio de unir todas elas a fim de obter uma solução ideal, não abrindo a possibilidade de apresentar mais de uma solução ao cliente. 

Quem opta por uma forma lógica-intuitiva, no momento de reagrupar as possibilidades encontradas – fase em que a criatividade é colocada em causa –, consequentemente evita trazer soluções sem conceito e “soluções” que priorizam simplesmente a forma, colocando o estilo como solução e dificultando a descodificação da mensagem por parte do receptor.