Livros são objectos que interagem com os espectadores. A maneira que o designer gráfico concebe um livro, determinará o sucesso ou o fracasso da experiência que o espectador – o leitor neste caso – terá com o livro. Analisando a forma com que o ficheiro bruto é passado ao designer para que possa reestruturar, já é um indicador da responsabilidade que ele carrega.
A propósito, ilustração da capa não é design. A concepção de uma capa só poderá ser considerada design a partir do momento que for elaborada como parte de um conjunto, ou um sistema de produção em serie que as suas partes podem transmitir a ideia de um conjunto quando agrupados.
Sabendo que a ilustração da capa não pode só, em si, ser considerada design é crucial que a gente compreenda que cada parte que compõe um livro cumpre a sua função.
Neste caso, a capa para além de ser a parte responsável por proteger o livro, pode também servir de “presságio” em relação ao conteúdo contido num determinado livro. Mais ainda, a capa serve como elemento responsável por fazer alguém se questionar acerca do conteúdo até leva-lo a acção – claro, este processo é suportado pelo título ou o assunto nele abordado –, até abrir o livro.
Quando um leitor folheia um livro, mesmo que inconsciente, ele consegue perceber quando é que um livro foi mal ou bem concebido. Isso acontece porque um designer gráfico ao conceber um livro já tem ou deve ter em mente que a cada escolha que faz tem que considerar o espectador que com o livro irá interagir. Por exemplo, as composições de livros didáticos não seguem as mesmas estruturas de diagramação de livros de prosas e poemas, do mesmo jeito que um livro para adultos não segue a mesma estrutura de um livro para crianças.
A capa de um livro é um elemento que pode, na primeira impressão, influenciar exponencialmente na venda de um determinado livro, ou a identidade de uma editora. Cada projecto possui sua essência.