A percepção da mensagem na comunicação visual

 

A comunicação visual é uma forma diferente de transmitir e receber mensagens, isto, quando comparada aos diferentes tipos de linguagens existentes como a verbal, por exemplo.

O que se sucede, muitas vezes, é que o profissional que estuda técnicas e princípios de composição da linguagem visual tem como fonte de informação a linguagem verbal e/ou escrita – mensagem essa fornecida como descrição do que se pretende alcançar para se resolver uma necessidade de um cliente. 

Entretanto, o designer gráfico, através dessas informações, rearranja-as para ter clareza daquilo que é, realmente, o que o cliente precisa. Em meio a isso, o cliente, como forma de sugerir a ideia do que quer, fornece ao designer gráfico, neste caso, referências visuais. Contudo, essas mesmas referências são suspeitas, facto este evidenciado quando comparadas com as informações fornecida oralmente ou por via da escrita, pode, quando se analise a fundo, notar-se divergência entre elas.

“O cliente sugere aquilo que quer ao designer. O designer fornece ao cliente o que ele precisa”

A missão do designer gráfico é buscar compreender, antes da execução, a informação fornecida pelo cliente. E hoje em dia a melhor forma de compreender realmente a necessidade do cliente é através do rearranjo das informações, voltar a entrar em contacto com o cliente para esclarecer pontos que se apresentam vagos para juntos delimitar o problema no qual se deve trabalhar.

Embora que o(a) cliente tenha em mente uma ideia do que quer comunicar visualmente, é a missão e o trabalho do designer gráfico conceber ou estruturar a comunicação visual de forma a ganhar um significado desejado que quando for apresentado ao público não carregue sentidos polissémicos, se não for esse o objectivo pretendido. 

A missão árdua que os designers têm é de esclarecer a indústria ou aos seus clientes que a linguagem visual não se manifesta da mesma forma que a linguagem verbal. Enquanto que, por exemplo, os falantes da língua portuguesa possuem um código que quem tenha entrado em contacto com ela poderá perceber, o vocabulário visual é diferente, ele é composto por ponto, linha, cor, textura, hierarquia, tipografia, plano, forma, e ainda é suportada por semiótica específica, que é a lógica que os designers fazem o uso para criar um significado visual que seja universalmente percebido. Será que alguém que nunca teve contacto com os fundamentos tipográficos seria capaz de decidir qual caracter tipográfico é ideal para um cartaz de bebé? Ou melhor, teria noção de que cada letra é composto por elementos que possuem anatomia?