Design para quem já foi criança

 


Dia da criança é só mais uma data comemorativa em que as empresas e as pessoas querem parecer sem se comprometer. E como os meios de comunicação commumente usados exigem uma “arte”, o designer gráfico é solicitado a intervir para poder trazer um conceito que possa responder a essa necessidade, tendo o designer concluído as artes são publicadas e missão cumprida. 

Costuma-se dizer que as pessoas doptadas de criatividade possuem uma criança interior, facto este que se relaciona com a capacidade que estas têm de associar aquilo que está nos seus repertórios e articulando de modo a que se torne admirável aquilo que nos parece óbvio. 

Por natureza, as crianças são admiravelmente curiosas e buscam constantemente compreender o mundo no qual elas estão inseridas, diz Munari. Nessa senda, o projectista ou o designer gráfico tem uma enorme responsabilidade ao conceber uma determinada peça que se direcciona ás crianças devido aos dados limitados armazenados em seus repertórios comparativamente ao de adultos, o que exige dos designers uma solução composta por formas elementares que possibilitam a associação dos elementos que elas compreendam. 

Há adultos que crescem e se tornam indivíduos “conhecedores de tudo e mais alguma coisa”, e estes são, na maior das vezes intolerantes e sem sensibilidades para apreciar dignamente uma bela obra de arte com argumento de que “são coisas para criança”, e a questão seria: será que não são esses adultos que um dia foram crianças? O que é que realmente interessa a esses adultos? Há quem saiba.  Aos adultos que ainda se permitem contemplar a vida como uma sequência de experiências que os possibilitam compreender o mundo em que estão envolvidos, esses sim, são realmente seres que permitem a sua criança interior continuar viva porque o erro é a força motriz que os move para atingir o estágio da perfeição. 

Mais do que parecer é importante ser, mais do que falar é importante comunicar, mais do que julgar é importante compreender, mais do que ter é importante agregar, pois só assim o design gráfico poderá cumprir a sua missão que é o de restabelecer uma linguagem que seja por todos compreendida, Feliz mês da criança à todo adulto que não permite a sua criança interior sucumbir diante das exigências estéticas falaciosas que a sociedade os impõe.