Design é comunicação e não luxo


O conceito de que design não é luxo foi trazido pelo Bruno Munari em seu livro “Das coisas nascem coisas”, ao defender que o design é uma actividade exclusiva para resolução de problemas reais com os quais nos deparamos no quotidiano. Em meio a essa percepção do design, podemos perceber a alienação com a qual essa actividade foi atrelada nos dias de hoje juntamente com o marketing. 

Para ter uma noção desta actividade – o design –, a sua realização acontece com o uso de métodos projectuais, que são conjuntos de etapas não lineares que permitem a exploração intuitiva e consciente do projecto no qual se está a trabalhar. Porém, deparamo-nos com casos em que os designers chegam a solução sem nem sequer explorar as diversas possibilidades que o projecto permite, perdendo, desta forma, a oportunidade de trazer soluções relevantes.

A concepção de que o design é uma actividade exclusiva para “embelezar” as peças gráficas está estreitamente ligado ao factor de persuasão, consequência das estratégias de marketing. Isto porque se exige do designer (o profissional) que faça algo atrativo, sem nem se quer focar-se na essência daquilo que se pretende transmitir. Basta parecer, não precisa ser. 

Se a crença de que o design gráfico serve somente para ser aparentemente agradável em detrimento da informação que se pretende transmitir, estaríamos a assumir que durante uma conversa verbal com alguém bastaria a exibição do sotaque mais elegante do que as informações exteriorizadas por vias sonoras em meio a essas conversas para estabelecer-se a comunicação.